REGISTRO Nº3
18.05.2019 – 26.07.2019
Casa Baka (RS)
Curadoria | Curator
Charlene Cabral e Diego Groisman
Artistas | Artists
Alexandre De Nadal, Ana Alice, Andressa Borba, Andressa Cantergiani, Anna Ortega Atmanand, Camila Proto, Coletivo Dois Ponti, Coletivo Planta Baja, Coletivo Vôo da Pomba, Estefânia Young, Fercho Marquéz, Gklimão, Guilherme Leon, Henrique Fagundes, Jaqueline Sampaio, Joana Burd + Laura Pujol, Lu Rabello, Malu Prem Nidhi, Mari Gil, Marta Montagnana, Mel Ferrari, Mulheres nos Acervos, Nítida Fotografia e Feminismo, Observatório Móvel, Pablo Paniagua, Renata Sampaio, Santiago Pooter, Sara de Abreu e Traplev
Texto curatorial | Curatorial text
Facilitada pelas novas mídias, a comunicação do século XXI vem sendo protagonista de um cenário de notável mal estar vinculado a pós-verdades, fake-news, ataques e rompimentos. A informação se esvazia de sua interpretação e a reflexão crítica é constantemente golpeada por certezas fáceis oferecidas por fundamentalismos. Os abismos entre fatos, opiniões e pensamentos emitidos e recebidos pelos produtores/consumidores de informação são graves, e podem estar norteados por doses maiores ou menores de conhecimento científico, sabedoria ancestral, emoções e crenças de diferentes grupos ou interesses particulares – geralmente uma mistura variável, imprevisível e nem sempre amigável desses elementos.
Nos perguntamos quais as chances da arte em meio a essa crise das interlocuções, em que tipo de instrumento ela pode se converter. Nos resulta natural pender para a educação, participação e práticas relacionais: a arte como metodologia que leva à provocação de pessoas e que aspira ao encontro com a liberdade do outro. Arte não como um fim, mas como um trajeto de possibilidades que pode estar presente em qualquer esfera humana e que pode resultar de uma faísca a partir do encontro. Por isso, em REGISTRO N.3 nos atentamos às aspirações de comunicação entre humanos plant(e)adas por, entre outrxs, Joseph Beuys, pois nos parece urgente a reunião, o debate, a (auto)crítica, sobretudo entre aqueles que não partem de pressupostos comuns.
|
Facilitated by new media, communication in the 21st century has been the protagonist of a scenario of notable discomfort linked to post-truths, fake news, attacks and disruptions. Information is emptied of its interpretation and critical reflection is constantly buffeted by easy certainties offered by fundamentalism. The gaps between facts, opinions and thoughts emitted and received by producers/consumers of information are serious, and can be guided by greater or lesser doses of scientific knowledge, ancestral wisdom, emotions and beliefs of different groups or particular interests – generally a variable mix , unpredictable and not always friendly of these elements.
We ask ourselves what the chances of art are in the midst of this crisis of interlocutions, what type of instrument it can become. It is natural for us to lean towards education, participation and relational practices: art as a methodology that leads to the provocation of people and that aspires to encounter the freedom of others. Art not as an end, but as a path of possibilities that can be present in any human sphere and that can result from a spark from the encounter. Therefore, in REGISTRATION N.3 we pay attention to the aspirations for communication between humans planted by, among others, Joseph Beuys, as meeting, debate and (self)criticism seem urgent to us, especially among those who do not they start from common assumptions.
Obra exibida | Exhibited work
Medida de interlocução
com Pedro Moser
2019
Performance | Performance
fig. 1; 2; 3
Clipping
https://melfferrari.wordpress.com/2019/05/13/abertura-da-registro-n3-na-casa-baka/
https://www.facebook.com/artesbaka/photos/a.1667582220130309/2469161073305749/?type=3
fig. 1
fig. 2
fig. 3
REGISTRO DA PERFORMANCE |
performance register
Medida de Interlocução 2019 Performance A performance colaborativa "Medida de interlocução: movimento, pausa, sobreposição" foi realizada na abertura da exposição coletiva Registro n3, na Casa Baka em 2019. Esta performance propõe o reestabelecimento de espaços sensíveis de troca social, por meio de um jogo que problematiza questões sobre direito de fala, liberdade de escuta, mas também sobre formas de tradução. A performance se dá a partir de um grupo de oito participantes que formam uma roda de conversa e falam em um microfone. Esta roda é provocativa: as falas devem todas vir em tom interrogativo ou questionador, sendo uma sempre vinculada a outra. A questão que dá início a roda é : “Quem me escuta?”. Enquanto os participantes estabelecem essa conversa, existem dois processos de tradução simultânea acontecendo: a composição de uma partitura visual a partir das frases ditas e, através do uso de um pedal afinador de guitarra, suas respectivas notas musicais, e uma mixagem com as falas que entram no microfone, sendo estas processadas por um sampler e transformadas ao vivo em uma composição sonora. Para essa segunda tradução, foi convidado o músico Pedro Moser. Os espectadores podem ouvir a mixagem ao vivo a partir de fones de ouvido disponíveis no espaço. | Interlocution Measure 2019 Performance The collaborative performance "Measure of interlocution: movement, pause, overlap" was performed at the opening of the collective exhibition Registro n3, at Casa Baka in 2019. This performance proposes the reestablishment of sensitive spaces of social exchange, through a game that problematizes issues about the right to speak, freedom to listen, but also about forms of translation. The performance takes place with a group of eight participants who form a conversation circle and speak into a microphone. This circle is provocative: the statements must all come in an interrogative or questioning tone, with one always linked to another. The question that starts the circle is: “Who listens to me?”. While the participants establish this conversation, there are two simultaneous translation processes taking place: the composition of a visual score based on the phrases spoken and, through the use of a guitar tuner pedal, their respective musical notes, and a mix with the lines that enter the microphone, and are processed by a sampler and transformed live into a sound composition. For this second translation, musician Pedro Moser was invited. Viewers can listen to the live mix from headphones available in the space.